domingo, 27 de maio de 2018

fitas K7 voltam a ser fabricadas

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Pitty, Planet Hemp, Nando Reis e Arctic Monkeys. Este não é o lineup de um novo festival. É o elenco de artistas que nas próximas semanas estarão chegando às lojas em um “novo” formato no mercado fonográfico: as fitas cassete.

Sem brincadeiras, é exatamente isso. A fitinha K7, que nos anos 1970 e 1980 foi sucesso de vendas, principalmente para quem gostava de ouvir música no carro, volta a ser fabricada no Brasil, depois de 20 anos. A Polysom anuncia capacidade de produzir 4.000 fitas por mês, oferta que pode promover, depois do renascido vinil, uma volta do cassete.
Em caixinhas coloridas, o lote inicial tem o novo “Tranquility Base Hotel & Casino”, do Arctic Monkeys, e os relançamentos “Usuário” (Planet Hemp), “Voz e Violão – Recreio – Vol. 1” (Nando Reis) e “(Des) Concerto ao Vivo” (Pitty).
Segundo João Augusto, presidente da gravadora Deck e consultor da Polysom, o preço sugerido de cada unidade nas lojas será de R$ 49,90. “Infelizmente ele não será como gostaríamos. Há muitos custos envolvidos na produção.”
O valor acaba sendo uma equivalência cambial quase direta com o preço de cassetes nos sites americanos, em torno de US$ 12 (R$ 43,7).
Os discos de vinil fabricados no Brasil também têm um preço final considerado elevado, a partir de R$ 80. Há nesse resgate dos formatos analógicos um componente de caráter “cult”, distante do grande público.
O fato de os quatro primeiros lançamentos no formato abordarem o pop e o rock não deve indicar uma predominância desses gêneros no formato. “Dois projetos que já estão sendo pensados são o novo disco de Elza Soares, ‘Deus É Mulher’, e a releitura da obra de Tom Jobim por Fernanda Takai, ‘O Tom da Takai’, com arranjos e produção de Roberto Menescal e Marcos Valle”, conta João Augusto.
A questão financeira é determinante na hora de resolver um problema que persiste: onde ouvir as fitas?
Gente que tem aparelhos antigos em casa resolve o problema tirando a camada de poeira, mas quem pretende comprar um equipamento pode ter surpresas.
Modelos de segunda mão estão subindo de preço desde que os cassetes passaram a ser usados por artistas importantes na Inglaterra e nos Estados Unidos.
As fábricas voltaram a fabricar na década passada cassete decks (o aparelho de mesa, criado na metade dos anos 1960) e walkmans (o portátil que a Sony inventou em 1980 e virou febre no planeta).
Marcas estrangeiras mais direcionadas ao mercado popular, como a Jensen, oferecem walkmans por menos de US$ 50 (cerca de R$ 180). Um top de linha, como o Sony WM-FX 195, custa nos Estados Unidos US$ 280 (cerca de US$ 1.000).
“Mas não há dúvida de que a grande maioria deverá usar seus antigos decks. Será importante verificar o estado e a limpeza das cabeças e das correias”, orienta João Augusto.
Mais difícil é a volta do toca-fitas para carros, o que exigiria vontade das grandes montadoras. Ele foi tão popular a ponto de incentivar nos anos 1980 o arrombamento dos carros para o roubo exclusivo do equipamento.
Para combater isso, foi criado na época o modelo “bandeja”, que era retirado pelo motorista. A geração atual deve rir e duvidar quando algum cinquentão relembra as pessoas em festas, shows ou sessões de cinema carregando na mão o aparelho.
Assim como o vinil, que atualmente é produzido com qualidade superior ao fabricado no Brasil nos anos 1970 e 1980 (é mais pesado, com vinil espesso), as novas fitas devem ter performance bem melhor. A Polysom irá utilizar exclusivamente fitas de metal, que são de maior qualidade.
Há 40 anos, comprar uma fita virgem e copiar em casa um LP proporcionava um cassete de som melhor do que os lançados por gravadoras. A reprodução caseira, do toca-discos para o cassete deck, era mais lenta e confiável.

Por enquanto, a opção de gravar em casa é sabotada pela falta de fitas virgens no mercado. Raros lotes antigos chegam a preços perto de R$ 30 por uma fita virgem de cromo.

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