(Foto: Reprodução)
O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, afirmou que já foi gay, mas se “curou” da homossexualidade. A declaração foi feita em um discurso na última quinta-feira (30), durante uma visita ao Japão. As informações são do jornal O Globo e da agência de notícias Efe.
Segundo a Rappler, uma publicação de notícias filipina, Duterte zombou de seu adversário político, o senador Antonio Trillanes IV, afirmando que seus trejeitos mostram que ele é homossexual. Duterte, então, teria “confessado” que era gay antes de conhecer sua ex-mulher, Elizabeth Zimmerman.
“Trillanes e eu somos parecidos. Mas eu me curei”, disse Duterte, segundo a Rappler. “Quando eu comecei um relacionamento com Zimmerman, eu disse, é isso. Eu me tornei um homem novamente.”
Duterte, cujo partido governista PDP-Laban angariou uma ampla vitória nas eleições de maio, criticou os direitos LGBT. Antes de sua eleição como presidente, em 2016, ele manifestou apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo no país católico. Depois, porém, ele mudou o discurso em prol da “união” de pessoas do mesmo sexo.
“O casamento entre pessoas do mesmo sexo é bom. Todos merecem ser felizes”, disse Duterte, no talk show “Vice Ganda”, em 2015.
No entanto, dois anos depois, após sua eleição, Duterte fez um discurso contrário ao transgenerismo. “Não há gênero porque você pode ser ele ou ela… Essa é a cultura deles. Isso não se explica a nós”, afirmou o presidente, segundo a BBC, em visita aos EUA. “Somos católicos e existe o Código Civil, que diz que você só pode casar uma mulher com um homem.”
Em janeiro, o presidente entrou em conflito com a Igreja Católica por criticar sua guerra contra as drogas, dizendo que muitos clérigos são homossexuais. “Os bispos são filhos da puta. É verdade, a maioria deles é gay”, disse à época. “Eles devem sair ao ar livre, cancelar o celibato e permitir que tenham namorados.”
Inúteis
Antes disso, em dezembro do ano passado, Duterte atacou os bispos católicos, ao afirmar que eles “são inúteis” e encorajou matá-los, em um país onde 85% da população é formada por católicos.
“Os bispos de vocês, matem-os. Esses bastardos não servem para nada. A única coisa que sabem fazer é criticar”, disse o presidente em discurso em Manila, cuja transcrição foi divulgada pelo escritório presidencial.
Em ato posterior, o presidente armou que a Igreja Católica é a instituição “mais hipócrita do mundo” e garantiu que 90% dos seus sacerdotes são gays.
A Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas se recusou a responder aos comentários de Duterte: “Não queremos acrescentar mais lenha à fogueira. Qualquer comentário só exageraria o assunto”, disse em comunicado o porta-voz da conferência episcopal, Jerome Seciliano.
O porta-voz da Presidência, Salvador Panelo, defendeu que as palavras de Duterte não devem ser entendidas como algo literal, mas usou a “hipérbole” para conseguir um “efeito mais dramático” em seus comentários.
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