Djenane Vasconcelos Machado (Rio de Janeiro, 10 de junho de 1951) é uma
atriz brasileira.Filha de Carlos Machado, o rei da noite carioca nos
anos 50 e 60, ela cresceu entre a produção de shows e espetáculos de
teatro, já que sua mãe também era membro ativo da companhia como
figurinista.
Na TV, onde faria a maior parte da sua carreira, Djenane estreou em
junho de 1968, na Rede Globo, com a novela Passo dos Ventos de Janete
Clair com supervisão de Gloria Magadan, vivendo a personagem Hannah. Era
uma daquelas trágicas histórias de amor com toques de magia negra e
estrelada por Carlos Alberto e Glória Menezes.
No ano seguinte, 1969, Djenane faz três telenovelas na Rede Globo: Rosa
Rebelde, A Ponte dos Suspiros e Véu de Noiva e um filme, A Penúltima
Donzela. Em Rosa Rebelde, estrelada pelo casal Glória Menezes e Tarcísio
Meira e a última novela estilo dramalhão mexicano ou cubano da TV
Globo, ela viveu a personagem Conchita; já em A Ponte dos Suspiros, a
estréia de Dias Gomes como autor de novelas, Djenane viveu Branca e a
dupla central era Yoná Magalhães e Carlos Alberto. Em Véu de Noiva, a
novela de Janete Clair que marcou a estréia de Regina Duarte na Globo e
um novo período dramatúrgico na emissora com textos mais atuais e
arejados, Djenane conquistou o público com sua Maria Eduarda.
No cinema, onde marcou presença constante também, Djenane estreou em A
Penúltima Donzela, uma fita dirigida por Fernando Amaral e com Paulo
Porto, Adriana Prieto, Carlo Mossy e ela nos principais papéis.
A telenovela seguinte foi em julho de 1970, também de autoria de Dias
Gomes e ainda na TV Globo, Assim na Terra como no Céu, a estréia de
Francisco Cuoco e Renata Sorrah na emissora. Ela interpretou Verinha,
nesta que foi uma novela que conquistou a crítica e o público, que se
acostumou a partir dela a ver telenovelas às 10 da noite.
Mas a consagração chegou em 1971 com a Lucinha Esparadrapo de O Cafona,
novela de Bráulio Pedroso. Ela foi inclusive tema de uma das principais
músicas da trilha da novela, cantada por Betinho. A personagem de
Djenane Machado era uma hippie e vivia em uma comunidade ao lado de Ary
Fontoura, Carlos Vereza e Marco Nanini.
Em 1972, Djenane vive a irrequieta Glorinha de O Primeiro Amor, novela
das 19h da Rede Globo que ficou famosa por ter sido o último trabalho do
ator Sérgio Cardoso e por ter lançado a dupla Shazam Paulo José e
Xerife Flávio Migliaccio. A personagem de Djenane era justamente do
núcleo da dupla e a atriz pôde colocar sua veia cômica em funcionamento.
No mesmo ano ela também teve papel de destaque no especial Somos Todos
do Jardim da Infância.
A participação no seriado A Grande Família vivendo Bebel na primeira
temporada (73/74) fez com que Djenane ganhasse projeção nacional mas
também se tornou seu primeiro problema com a Rede Globo. Afastada das
novelas nesse período, Djenane acabou se cansando do seriado, começou a
chegar atrasada às gravações e desistiu de fazer a segunda temporada,
sendo substituída de um dia para outro por Maria Cristina Nunes. A
atitude da atriz não caiu bem na direção da emissora e ela ficou por
dois anos na "geladeira".
Nesse período, aproveitou para fazer cinema mais uma vez e estrelou duas
comédias no estilo pornochanchada. A primeira foi As Alegres
Vigaristas, de Carlos Alberto de Souza Barros com Luiz Armando Queiróz,
Elza Gomes, Amândio, José Lewgoy e Íris Bruzzi, e a segunda, uma sucesso
de bilheteria, foi Já Não se Faz Amor como Antigamente uma comédia
formada por três episódios dirigidos por Anselmo Duarte, John Herbert e
Hélio Souto. Djenane Machado tem uma sequência na praia no episódio "O
Noivo" com John Herbert, que interpreta um eterno noivo que sempre
desiste do casamento na hora H. Ela faz uma das noivas dele e que não
para de falar um instante, deixando-o completamente aturdido.
Sua volta à TV se dá em 1976, em um papel escrito sob medida por Mário
Prata para ela, na novela Estúpido Cupido, um grande sucesso das 19h da
TV Globo. Djenane vivia mais uma Glorinha, a agora louca integrante da
turma de jovens rebeldes da pequena cidade de Albuquerque, filha do
delegado local, mas muito namoradeira e cheia de arrumar confusões com a
turma e o namorado Caniço, interpretado por João Carlos Barroso. Para o
grande público esse talvez tenha sido o seu papel mais marcante na TV.
Entre uma novela e um filme, Djenane participava de espetáculos montados
pelo pai Carlos Machado como o show Hip Hip Rio. Boa dançarina, ela
também se arriscava como cantora fez uma incursão na televisão como
apresentadora do programa Saudade Não Tem Idade, ao lado do ator Ney
Latorraca, ainda na Rede Globo.
Na emissora carioca ela ainda faria duas novelas: seria a Lenita Esper,
filha de um palhaço decadente na novela Espelho Mágico de Lauro César
Muniz, fazendo uma dupla perfeita com Lima Duarte, em 1977, e a
personagem Guiomar de Ciranda de Pedra, uma adaptação de Teixeira Filho
para a obra de Lygia Fagundes Telles, em 1981.Em São Paulo, Djenane
Machado teve a oportunidade, em 1982, de participar com atriz principal
do telerromance Música ao Longe, adaptado para a TV Cultura por Mário
Prata da obra de Érico Veríssimo.
Com dificuldades para voltar à televisão, por falta de convites, ela faz
dois filmes nacionais de repercussão, mas em papéis menores. O primeiro
foi Águia na Cabeça de Paulo Thiago, em 1984, contracenando com
Christiane Torloni e Nuno Leal Maia e dois anos depois, Ópera do
Malandro, sucesso de Ruy Guerra no cinema com Edson Celulari e Cláudia
Ohana. Neste ela vive Shirley Paquete, uma das meninas do bordel de Otto
Struedel, personagem vivida por Fábio Sabag.
A carreira da atriz se encerra na TV Manchete onde ela participou das
novelas Tudo em Cima, de Geraldo Carneiro e Bráulio Pedroso defendendo
uma das principais personagens femininas, a Marilu; e depois, em 1986,
como a Laureta de Novo Amor, novela de Manoel Carlos. A partir daí,
Djenane se retirou da carreira e investiu em tratamentos para se afastar
de vez das drogas e do álcool, e virou escritora de livros de poesias.
((((((((((((((((((((((Notícias recentes))))))))))))))))))
-Quando anda pela ruas de Copacabana, bairro onde mora há mais de 20
anos na zona sul do Rio, Djenane Machado ainda é abordada por
admiradores que não entendem seu sumiço da televisão e cobram sua volta.
Afinal, a atriz de belos olhos verdes e corpo de bailarina marcou uma
geração, que nos anos 70 se deliciava com suas personagens despachadas,
como a Lucinha Esparadrapo de O Cafona (1971) ou a Glorinha de Estúpido
Cupido (1977). Na mesma época, era uma das vedetes mais requisitadas dos
espetáculos produzidos por seu pai, Carlos Machado, conhecido como o
rei da noite. “Era maravilhoso me ver naqueles cartazes enormes nas
portas dos teatros”, recorda a atriz, que se recusa a revelar sua idade.
“Bota aí que estou fazendo 200 anos em junho”, brinca. Djenane
atualmente dedica-se a escrever seu segundo livro de poesias.
Sozinha e sem trabalho, Djenane Machado dedicou seu tempo a cuidar dos
pais até eles morrerem, em 1992. Carlos, de problemas cardíacos, em
janeiro, e Gisela, figurinista dos shows do marido, cinco meses depois,
deprimida com a viuvez.
No mesmo ano, decidiu se tratar. Procurou a amiga Odete Lara, que a
aconselhou a fazer análise pelo processo Fisher Hoffman. Foram oito dias
num sítio na região serrana do Rio, em que espancou almofadas e reviveu
momentos da infância.
“Já havia tentado os Alcoólicos Anônimos e outros métodos, mas esse foi
uma verdadeira mágica”, explicou. Curada, vive atualmente do aluguel de
dois apartamentos que os pais lhe deixaram. Mas ela costuma dizer que
gostaria mesmo é de voltar a atuar.
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